segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Ritmo Metabólico
Durante toda a minha vida adulta, medindo 1 metro e 73 de altura, mantive de forma estável o peso de 70 quilos. Imagine, uma pessoa adulta com o peso mantido estável por mais de trinta anos. Foram muitos dias, meses, muitas Páscoas e Natais, muitos aniversários, inclusive os infantis. Fui um homem magro, por muitos carnavais.
Mantive meu peso estável durante um longo casamento, mesmo após o nascimento dos meus três filhos; fui magro em períodos de muito trabalho, ocupadíssimo - e também em períodos de entressafra de projetos. E tudo isso, sem precisar me preocupar com o valor calórico dos alimentos que ingeria. Tampouco com as atividades físicas - eu as tinha exclusivamente como fonte de prazer. Caminhadas ao ar livre, corridas, a Hatha Yoga e o Pilates eram minhas atividades preferidas, embora passasse períodos sem praticá-las.
De qualquer forma, tudo que fazia era para meu bem estar, já que não me ocorria qualquer preocupação com o ganho de peso, que nunca acontecia. Meu ritmo metabólico privilegiado me garantia a liberdade gastronômica, sem consequências engordativas. O fato de não engordar, certamente, favorecia uma relação com a comida sem culpas, podendo apreciá-la com seletividade.
Nessa dinâmica eu acabava por comer pouco, e com prazer, já que o registro de saciedade me indicava claramente a hora de parar de comer. Mesmo em períodos quando, por algum motivo (férias e festas de fim de ano), comesse mais, não havia alteração de peso. Só depois dos 50 anos, quando meu ritmo metabólico diminuiu sensivelmente e cheguei aos 81 quilos, vi que o privilégio tinha acabado e que, com a idade, entrava para a categoria das “pessoas normais”, que precisavam se ocupar com o excesso de peso.
Nesta altura já trabalhava com obesidade, e percebi que se não me reposicionasse diante do tema teria uma engorda que me colocaria na condição de um homem de meia idade... obeso. Precisei praticar o que prescrevia para meus clientes, e o resultado foi bom: estabilizei o peso em 76 quilos, algo muito razoável para um homem maduro, de meia idade, que já é avô.
Minha nova condição serviu para confirmar um importante fator desta doença: o ritmo metabólico, que pouco se leva em consideração, sendo cometidas injustiças quando se comparam e julgam, usando o mesmo critério, pessoas com disponibilidades diferentes para engordar. É do ponto de vista do magro que parece inconcebível se deixar engordar tanto. É deste lugar que se produzem as críticas e reprovações do obeso, tachado de relapso, preguiçoso ou desconectado.
Nessas críticas nem se desconfia que o engordamento possa ter sido rápido, e que veio depois de muito esforço para perder ou manter peso, e que em muitos casos "nem precisou de tanto assim". Nunca duvido quando um dos cônjuges, o obeso, se refere ao outro como sendo o que come mais. Já sei que, muitas vezes, acompanhar um magro nas suas fartas e descontraídas porções pode significar um terrível resultado de engorda. Uma questão de ritmo metabólico!
Hoje posso dizer que conheço as duas posições, e dou testemunho pessoal de como são realidades diferentes: a daquele que come sem precisar se preocupar em engordar, e a daquele que, mesmo com importantes restrições alimentares, (nem falo das dietas inimagináveis), mesmo assim não consegue manter-se no peso sem uma disciplinada atividade física. Uma questão de ritmo metabólico!
Como a doença é multifatorial, esta variável não deve ser desconsiderada, principalmente por aqueles que não querem incorrer em preconceito contra a doença (obesidade mórbida) e seus portadores.
Mantive meu peso estável durante um longo casamento, mesmo após o nascimento dos meus três filhos; fui magro em períodos de muito trabalho, ocupadíssimo - e também em períodos de entressafra de projetos. E tudo isso, sem precisar me preocupar com o valor calórico dos alimentos que ingeria. Tampouco com as atividades físicas - eu as tinha exclusivamente como fonte de prazer. Caminhadas ao ar livre, corridas, a Hatha Yoga e o Pilates eram minhas atividades preferidas, embora passasse períodos sem praticá-las.
De qualquer forma, tudo que fazia era para meu bem estar, já que não me ocorria qualquer preocupação com o ganho de peso, que nunca acontecia. Meu ritmo metabólico privilegiado me garantia a liberdade gastronômica, sem consequências engordativas. O fato de não engordar, certamente, favorecia uma relação com a comida sem culpas, podendo apreciá-la com seletividade.
Nessa dinâmica eu acabava por comer pouco, e com prazer, já que o registro de saciedade me indicava claramente a hora de parar de comer. Mesmo em períodos quando, por algum motivo (férias e festas de fim de ano), comesse mais, não havia alteração de peso. Só depois dos 50 anos, quando meu ritmo metabólico diminuiu sensivelmente e cheguei aos 81 quilos, vi que o privilégio tinha acabado e que, com a idade, entrava para a categoria das “pessoas normais”, que precisavam se ocupar com o excesso de peso.
Nesta altura já trabalhava com obesidade, e percebi que se não me reposicionasse diante do tema teria uma engorda que me colocaria na condição de um homem de meia idade... obeso. Precisei praticar o que prescrevia para meus clientes, e o resultado foi bom: estabilizei o peso em 76 quilos, algo muito razoável para um homem maduro, de meia idade, que já é avô.
Minha nova condição serviu para confirmar um importante fator desta doença: o ritmo metabólico, que pouco se leva em consideração, sendo cometidas injustiças quando se comparam e julgam, usando o mesmo critério, pessoas com disponibilidades diferentes para engordar. É do ponto de vista do magro que parece inconcebível se deixar engordar tanto. É deste lugar que se produzem as críticas e reprovações do obeso, tachado de relapso, preguiçoso ou desconectado.
Nessas críticas nem se desconfia que o engordamento possa ter sido rápido, e que veio depois de muito esforço para perder ou manter peso, e que em muitos casos "nem precisou de tanto assim". Nunca duvido quando um dos cônjuges, o obeso, se refere ao outro como sendo o que come mais. Já sei que, muitas vezes, acompanhar um magro nas suas fartas e descontraídas porções pode significar um terrível resultado de engorda. Uma questão de ritmo metabólico!
Hoje posso dizer que conheço as duas posições, e dou testemunho pessoal de como são realidades diferentes: a daquele que come sem precisar se preocupar em engordar, e a daquele que, mesmo com importantes restrições alimentares, (nem falo das dietas inimagináveis), mesmo assim não consegue manter-se no peso sem uma disciplinada atividade física. Uma questão de ritmo metabólico!
Como a doença é multifatorial, esta variável não deve ser desconsiderada, principalmente por aqueles que não querem incorrer em preconceito contra a doença (obesidade mórbida) e seus portadores.
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Olá,
ResponderExcluirJá estava com saudades dos postes viu!
Eu operei e morro de medo de não alcançar a minha meta até 1 ano e meio...sempre fui gordinha e agua me engordava.kkk, meu metabolismo é cruel.
Tudo de bom